26 de ago. de 2007

Sensacional

Visitem o blog Cansei - Tô cansadinho... Movimento cívico e apolítico para tomar o poder com oportunismo.

Vejam este post como exemplo:

"Domingo, 26 de Agosto de 2007

O 'CANSEI' E O DEBATE COM AS CRIANÇAS

Nosso grande amigo, irmão e almofadinha João Dória, o Dorinha, deu entrevista à Veja na qual revelou que promove debates com seus filhos, a caminho da escola.

Claro que a molecada dorme durante as "lições", mas isso é de somenos importância. Chegou a hora de revelar o que nós todos, do "Cansei", falamos com nossos filhos. Nós também fazemos debates com os petizes!

Vejam alguns exemplos:

João Dória Jr.
Temas: Aproveitando acidentes aéreos para fazer movimentos oportunistas; Da importância de arrecadar fundos para campanhas derrotadas; A arte de esconder do povo o fato de ter presidido a Embratur bem no Governo Sarney; Da máxima importância do gel de cabelo.

Zottolo
Temas: Da insignificância do Piauí; Como usar os encontros em Comandatuba para arrumar um emprego melhor; Como arruinar o pouco que restava de um movimento apenas dando uma entrevista; Como DIMINUIR a vendagem de TVs bem em ano de Copa do Mundo.

D'Urso
Temas: Defendendo os bispos Renascer e conseguir, a um só tempo, queimar o próprio filme e ainda por cima não impedir que os clientes sejam presos; A arte de criar argumentos e tergiversar com maestria, principalmente quando se defende um rapaz rico que estuprou uma menor de idade que vendia doce no semáforo; Como fingir indignação com a corrupção, mesmo ganhando muito dinheiro com esse tipo de cliente.

Jesus Sangalo
Temas: Como ficar rico explorando o talento da irmã; Como usar a própria irmã - que é contratada da Philips - para emprestar a própria fama a um movimento criado pelo contratador.

Regina Duarte
Temas: Como fazer parte da campanha de um candidato a prefeito (FHC) e associar o adversário (Jânio) a Adolf Hitler; Como fazer parte da campanha de um candidato a presidente (Serra) e disseminar o pânico na população; Como fazer cara-de-cu em cartazes de movimentos oportunistas;

Hebe
Temas: Como apoiar Maluf durante décadas e, agora, apoiar o "Cansei"; Como levar uma vida luxuosa e ainda assim se dizer "cansada"; Como receber cachê para subir em palanques e fazer carinha de indignada.

Reinaldo Azevedo
Temas: Como ser cooptado por um ex-ministro (Mendonção), afastado por acusação de manipular uma licitação (telefonia), e fazer parte de uma revista pró-Governo (FHC); Como só conseguir manter uma revista (Primeira Leitura) com dinheiro público (Nossa Caixa) e ter que fechá-la assim que o governo (Alckmin) corta a verba; Como lamber as bolinhas dos editores da revista na qual escrevo; Como corrigir o Português alheio, mas cometer erros idiotas, dignos de quem não tem um mínimo de conhecimento gramatical (como a vírgula do vocativo, entre outros tropeços sofríveis).

Mayara Magri
Tema: Como ressuscitar."

bonnie

21 de ago. de 2007

A arte de dizer sem dizer

Já sei que tantas vezes vale mais calar do que gritar, que, calando-se, fala-se muito melhor. Mas que coisa difícil para alguém que não se agüenta!!! Vai lá, Fernando Pessoa, poeta da minha infância graças a meu pai: tenta de novo.

(Quem lê Fernando Pessoa em criança não pode dar em coisa melhor mesmo, não é? Sorte ainda não ter nem tentado me matar. *rs*)

"Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já.

É ouvi-lo melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.

És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê."

mrs. mojo rising

12 de ago. de 2007

Rock do avião

Eu queria ter dito que
senti mais medo de você
do que do avião,
me angustiou mais sua presença
do que a turbulência,
me arrepiou mais
conversar, ouvir música e
brincar de forca com você
do que o pouso da aeronave.

Mas não disse.


clarissa

6 de ago. de 2007

Anulalá!!!

Um artigo para aqueles que ainda acreditam nessa ala do PT que ocupa a presidência há mais de quatro anos.

(Bem, para alguns, não se trata de crença, mas de uma questão de benefícios, que às vezes se resumem a um simples carguinho dentro de uma DS da vida. É, tem gente que se vende por pouco mesmo.)

Ah, e para aqueles que são burros ou agem de má-fé, um lembrete: criticar o PT não significa elogiar outro partido, ok? Daí, inclusive, vem o título deste post.


O REENCONTRO TARDIO DE LULA COM GETÚLIO
No plano sindical, o lulismo se reencontrou com Getúlio. Vamos ver quais centrais vão recusar mais esse canto de sereia do neopeleguismo


Lula aflorou no sindicalismo como criação da estrutura sindical getulista. Tornou-se dirigente dos metalúrgicos por contingência. Em pouco tempo se converteu em seu antípoda: liderou greves, confrontou o sindicalismo oficial, deixou aturdido o peleguismo, ajudando a virar uma página do velho sindicalismo.

Mas a história dá muitas voltas: no poder, não foram poucas as desconstruções de Lula. Em seu primeiro mandato, taxou os aposentados e privatizou a Previdência pública. Abriu os fundos de pensão para a volúpia da cúpula sindical ávida por mais recursos. Ameaçou desmontar a legislação trabalhista, medida que só foi evitada pela derrama causada pelo mensalão.

Mas voltou com fôlego em seu segundo mandato. Seu governo prepara dois projetos que selam seu reencontro com o velho getulismo sindical. O primeiro, resultado de negociações em curso com as centrais sindicais, amplia o nefasto imposto sindical: cada uma delas vai abocanhar 10% do velho "imposto" que todos os trabalhadores são obrigados a pagar, quer concordem ou não.

Do total dos recursos arrecadados, ficam 60% para os sindicatos, 15% para as federações, 5% para as confederações, 10% para a "conta especial emprego e salário" do governo, além de 10% para as centrais sindicais, conferindo nova vida ao mostrengo criado por Getúlio Vargas no auge do Estado Novo. Alguns cálculos falam em mais de R$ 120 milhões, volume capaz de aumentar em muitas vezes o orçamento das centrais legalizadas pela mesma medida.

Enfeixa-se, então, o processo de cooptação e estatização dos sindicatos: a busca da aparente "independência" financeira custará a perda cabal da autonomia sindical. Sela-se o caminho da "servidão sindical voluntária", iniciada por Getúlio e concluída pelo Inácio. Se isso não bastasse, o governo Lula está preparando outra medida que restringe duramente o direito de greve dos funcionários públicos. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já fez várias referências ao perfil da proposta que está sendo urdida nos gabinetes ministeriais.

Para que se tenha uma idéia do tamanho da investida, vale recordar que a Câmara dos Deputados já preparou um substitutivo ao projeto de lei nº 4.497, que trata da temática. Ele determina que, uma vez aprovada a greve, os sindicatos ou comissões de negociação deverão comunicá-la com antecedência mínima de 72 horas, além de garantir a presença de pelo menos 45% dos servidores no trabalho. Ocorrendo "abuso", o sindicato ficará sujeito a multa de até R$ 30 mil por dia de paralisação. E mais: quando não houver entidade sindical representativa dos servidores públicos, a assembléia geral deverá contar com a presença de pelo menos 50% dos integrantes da categoria.

O absurdo aqui é ilimitado: nos áureos tempos das majestosas assembléias dos metalúrgicos do ABC, no estádio de Vila Euclides, presenciávamos até 60 mil participantes. Se esse projeto de hoje fosse vigente àquela época, tais assembléias teriam que reunir mais de 120 mil participantes para serem consideradas legais.
Ainda que se trate de exemplo do ramo privado, a similitude é suficiente para mostrar o despropósito. Há aqui alguma ressonância da famosa lei antigreve de Margaret Thatcher, a "dama de ferro" do longo inverno do sindicalismo inglês.

Se na economia o lulismo foi antigetulista, convivendo bem com a pragmática financista dominante, no plano sindical, se reencontrou com Getúlio Vargas. Aliás, tudo no lulismo parece exacerbado: a regressão da economia, a degradação do setor público, com a recente proposta de "celetização" e conseqüente precarização dos trabalhadores dos hospitais públicos. Ou ainda a soberba do líder, que quer "magnetizar" as massas mais vilipendiadas e que não conseguiu entender as trepidantes vaias que recebeu no Rio de Janeiro, na abertura do Pan, quando imaginou poder usar o palanque esportivo para viver mais um momento de regozijo. Acabou recebendo o vilipêndio e ficou no prejuízo.

E as vaias continuam ressoando mesmo em seus giros pelo Nordeste, dada sua fuga do Sul e Sudeste.
Vamos ver, então, quais centrais vão publicamente recusar mais esse canto de sereia do neopeleguismo lulista?

Ricardo Luiz Coltro Antunes, 54, é professor titular de sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor, entre outros livros, de "O que é o sindicalismo" (Brasiliense) e "O novo sindicalismo no Brasil" (Pontes).

bonnie