23 de ago. de 2006

Aprendizado

Ele disse que não sabia por que não sabia.
Que não sabia por que não queria sempre.
E eu?
Eu queria, sim senhora.
E falei com todas as letras:
E U Q U E R I A.
E sabia por que queria.

Mas ele deu de ombros.
Não queria sempre, fato.
Mas não sabia por quê.
O que ele não sabia é que não era nada de mais o que eu queria.
Era só uma sinceridade.
Era só um mínimo-saber.
Era só um respeito.
Era que ele quisesse também quando eu quisesse.
E não só quando ele quisesse e eu não pudesse.
Era que não me fizesse sentir assim-como-agora.
Assim para lá.

A verdade é que ele não quis nunca.
E eu, idiota, quis quase sempre, como sempre.
Sabia sempre, como sempre.
Falei tudo sempre, como sempre.
Fui sincera como não se pode ser - monólogo.
Como sempre.


clarissa

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa sinceridade pode e deve rolar. Sempre. Não sei se você lembra de uma estória que o Caetano contou num comercial de televisão antigo. Era sobre um homem que insistia em pregar a verdade no meio da praça e nunca era ouvido pelas pessoas que passavam por ali todos os dias. Uma vez alguém resolveu perguntar o porquê dele insitir naquilo se ninguém dava ouvido a ele e que as coisas eram como eram e ele nunca irira mudar aquilo. O homem então respondeu que, independente dele conseguir mudar as pessoas, ele acreditava naquilo e que no dia em que ele desistisse as pessoas é que teriam mudado ele.

Beijos. ;-)

Anônimo disse...

Oi, Fábio. Já ouvi essa história, sim. É, pois é, mas não sei. Ah, não sei mesmo se concordo. :)

Como foi a parada lá na sexta? Falaram de mim? Bem ou mal? :)

Beijos.

Anônimo disse...

hahahaha O MSC foi um fiasco, fomos eu, a Pat, o PC, a Raquel e o Andrezão, o resto se perdeu por aí.

Sobre o texto...
Sério? Interessante. Mas porquê você não concorda? Estranho... Essa estória traz alguma esperança em algo que eu quase cheguei a aceditar que não existia. De que há algo de bom e raro que diversas vezes pude sinceramente sentir por aí. Só mesmo depois de ver alguns exemplos de pessoas que, independente do discurso, viviam muito dentro de um sentimento assim (e muitos até sofriam por isso) que eu cheguei a ver alguma beleza nessa nossa exitência. Aliás, só mesmo depois de identificar coisas assim pude até admirar algumas pessoas, inclusive você, Malu. ;-) É, não sei, estranho. Mas será que estamos falando da mesma coisa?

Beijão.

PS: A propósito, vontade é um negócio que dá e passa. Vai já tratando de voltar, viu dona MC???