26 de out. de 2009

naquele tempo

naquele tempo não era mais fácil. apenas parecia que seria possível e lógico, e que a resistência do chuveiro não nos tiraria do sério nem a fechadura travada bem na hora de sair de casa - e o chaveiro cobrar cinquenta reais porque sabe que dependemos dele como de um médico - nem o vaso sanitário começar a vazar (o que gramaticalmente faz algum sentido) e transformar o banheiro num lamaçal.

não.

naquele tempo os problemas se resumiam à preocupação com aquela sirigaita peituda que se abre em sorrisos e aquele pilantra amigo de infância que elogia os olhos e em quase todas as outras criaturas minimamente humanas, porque, afinal, todos vão ter algum interesse pelo seu amor, que é o mais lindo do mundo, óbvio.

mas isso não quer dizer que estas questões tenham perdido importância diante daquelas.

não.

enquanto for seu amor.

Um comentário:

Francisco disse...

muito bom.
quando envolve a gente ou um dos nossos o problema ganha mais importância mesmo.

gostei daqui.

beijo.