24 de jul. de 2007

Homem é fundamental

Estava lendo umas comunidades de orkut por aí e me deparei com aquela máxima de que mulher não precisa de homem. Ah, gente, quequeisso!!! Não sou gay, portanto, preciso de homem, sim. Que me perdoem as feministas, mas aquilo que eles carregam entre as pernas é fundamental.

Tudo bem que muitos não sabem usar, que às vezes a gente até esquece o que está fazendo ali, fica com vontade de fazer as unhas, de terminar o trabalho da faculdade ou continuar lendo o García Márquez, muito mais excitante. Mas isso não pode servir para desmerecer toda uma categoria, não é? Até porque, atualmente, eles vêm se esforçando tanto, tadinhos. Reparem só como eles gostam quando a gente gosta, como se preocupam com nosso prazer. Tudo bem que muitas vezes é apenas para se sentirem o máximo, mostrarem como são bons, machos e talz. Mas e daí? O importante é que sejam realmente bons, certo? O importante é que nos satisfaçam, ora bolas*. E a gente a eles, também, claro, não quero parecer insensível. Longe de mim!!!

Depois eles podem virar um cheeseburguer ou, em tempos de dieta, um sanduíche de tomate seco com ricota ou, ainda, um cigarro. Não importa o que podemos fazer com eles depois. Alguns, pasmem, possuem finalidades fora da cama (e eu não estou falando de abrir o pote de azeitona), mas talvez uma amiga tenha o mesmo efeito. Nesse caso, não posso ser tão enfática quanto à necessidade do homem. Mas no antes, no orapoispois, no quebonitoé, no vemquevemquevemquicando, no mostraoseuqueeumostroomeu, têm de ser eles, minhas amigas, têm de ser eles. Para quem não é gay, claro.

*Eu juro que o trocadilho não foi proposital. Eu juro.

bonnie

16 de jul. de 2007

Obrigada, Sophia...

...por me trazer à realidade vez em quando.

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa."

clarissa

Momento musical I

Não curto muito as opiniões faladas de Caetano Veloso, mas sempre fui fã de sua música. Ele, Gal Costa, Gilberto Gil, Ariano Suassuna (quando entra naquela chatice nacionalista), entre outros, deveriam falar menos e exercer mais seus ofícios. O último cd de Caê, o "Cê", está sensacional, uma graça mesmo. A música abaixo é a minha preferida do momento e virou aquela que eu escuto mais de vinte vezes por dia (eu sempre tenho uma obsessão musical). A letra é linda, mas acho que a música é ainda mais.

"Eu não me arrependo de você
Você não me devia maldizer assim
Vi você crescer
Fiz você crescer
Vi cê me fazer crescer também
Pra além de mim

Não, nada irá nesse mundo
Apagar o desenho que temos aqui
Nem o maior dos seus erros
Meus erros, remorsos, o farão sumir
Vejo essas novas pessoas
Que nós engendramos em nós e de nós
Nada, nem que a gente morra
Desmente o que agora chega à minha voz"

clarissa

Fora da agenda

Hoje não foi um dia bom, mas isso não é raro para alguém com desejos maiores do que o físico. Ando com uma dor-de-cabeça braba, e sei por quê: muita coisa a fazer. Quanto mais o tempo passa, mais aumenta minha sensação de perda de tempo. Correr contra esse sujeito não é fácil. Tenho dormido mal e andado muito para que tudo caiba na agenda, para que os lembretes possam ser ticados com prazer. A melhor parte do meu dia é quando, à noite, pego minha agenda, tico meus lembretes, ligo o som e acendo um cigarro. Dever cumprido, e nem todos do tipo chato. Alguns eu quis ter, eu me dei, vão me levar além do chão, vão me fazer unir desejos e físico. É com esses que, de fato, me preocupo, são esses que me dão prazer em cumprir.

Ele não se aplica a isso, porém. Não se encaixa em nenhum dos tipos de dever. Ele não é um dever, afinal. Não o marquei na agenda para ser ticado à noite antes de ligar o som e acender o cigarro. Por que me preocupo agora? Admito ter cometido ilusões de que poderia me ajudar na luta contra o chão, mas não a ponto de transformá-lo numa meta para a semana. Aliás, ele atrapalha a minha semana, minha agenda, me exige mudança de planos, me provoca adaptações. Estou acostumada a ser só, e a não ser só apenas quando quero (quando quero não ser só. Também poderia ter dito "quando não quero" - quando não quero ser só).

Se tomo decisão contrária à razão, portanto, é porque tenho outras razões, razões de outra natureza, tão subjetivas que chegam a ser incompreensíveis. E, sendo incompreensíveis, não há mais motivo para continuar escrevendo sobre este assunto. (Embora desconfie de que todo mundo saiba do que estou falando. Mas, se todo mundo sabe, eis outro motivo para encerrar esta prosa.)


clarissa

"Com você eu tenho medo de me apaixonar
Eu tenho medo de não me apaixonar"
(Caetano Veloso)