10 de abr. de 2006

Um coração duro, por favor

Falta de ar. Taquicardia. Morte? Não, nada é fácil. Nem mesmo sei se quero. É só que às vezes penso seria tudo melhor com o fim. Porque o meio é difícil, doloroso. Não lhes parece, em certas horas, que os bons momentos não valem a pena? A mim, parece. Desde que morri, no ano passado, vejo o céu cinza. Pancadas de chuva ao cair da tarde. Nas noites de domingo, trovoadas e relâmpagos. Custa a passar. Desde que morri, num sábado, e ressuscitei no milésimo terceiro dia, tentei ficar atenta. Mas a esperança, essa maldita, não me deixou, me confundiu, aproximou-se novamente, sorrateira, e eu cedi. O bom é que, depois da primeira grande queda, nenhuma outra machuca tanto. Dessa vez, ressuscitei cinco minutos depois. E, em vez da enorme tristeza, veio o alívio. Alívio de estar novamente acordada, atenta, olhos abertos e coração fechado. Como é mesmo, meu amigo? Cafajeste de coração mole? Não, prefiro ser gente bacana de coração duro. É possível? Creio que sim. Se não, que eu seja, então, cafajeste de coração duro. O importante é o coração duro. Uma pedra, uma rocha indevassável, com segredos que nem eu mesma conhecerei. Porque a transparência, a entrega, a sinceridade, como sempre, só têm me feito mal.

mrs. mojo rising

5 comentários:

Diógenes Pacheco disse...

Não é possível.

[]´s

Anônimo disse...

Boba.
É, faltou palavra melhor. Também..., essa se encaixa perfeitamente.

Anônimo disse...

O que não é possível, Baiano?

Por que boba, Fábio?

Estou interrogativa hoje. :)

Beijos.

Anônimo disse...

Eu queria mesmo um coração sem memórias.
Bj.
Fellow

Anônimo disse...

Hum... Isso também seria bom, Fellow.

Beijos.