Falta de ar. Taquicardia. Morte? Não, nada é fácil. Nem mesmo sei se quero. É só que às vezes penso seria tudo melhor com o fim. Porque o meio é difícil, doloroso. Não lhes parece, em certas horas, que os bons momentos não valem a pena? A mim, parece. Desde que morri, no ano passado, vejo o céu cinza. Pancadas de chuva ao cair da tarde. Nas noites de domingo, trovoadas e relâmpagos. Custa a passar. Desde que morri, num sábado, e ressuscitei no milésimo terceiro dia, tentei ficar atenta. Mas a esperança, essa maldita, não me deixou, me confundiu, aproximou-se novamente, sorrateira, e eu cedi. O bom é que, depois da primeira grande queda, nenhuma outra machuca tanto. Dessa vez, ressuscitei cinco minutos depois. E, em vez da enorme tristeza, veio o alívio. Alívio de estar novamente acordada, atenta, olhos abertos e coração fechado. Como é mesmo, meu amigo? Cafajeste de coração mole? Não, prefiro ser gente bacana de coração duro. É possível? Creio que sim. Se não, que eu seja, então, cafajeste de coração duro. O importante é o coração duro. Uma pedra, uma rocha indevassável, com segredos que nem eu mesma conhecerei. Porque a transparência, a entrega, a sinceridade, como sempre, só têm me feito mal.
mrs. mojo rising
10 de abr. de 2006
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5 comentários:
Não é possível.
[]´s
Boba.
É, faltou palavra melhor. Também..., essa se encaixa perfeitamente.
O que não é possível, Baiano?
Por que boba, Fábio?
Estou interrogativa hoje. :)
Beijos.
Eu queria mesmo um coração sem memórias.
Bj.
Fellow
Hum... Isso também seria bom, Fellow.
Beijos.
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