- João, eu não vou.
- Ah, vai. Vai sim.
Eu fui, então. Como discutir com João? Discuto com qualquer pessoa, menos com João. João é meio burro, leva trezentas horas e alguns minutos para entender uma explicação um pouco mais complexa do que algo como "porque eu não estou a fim".
Ele pegou minha mão e fomos andando meio descompassados. Meu pé ia ao chão quando o dele saía. Eu não sabia aonde estávamos indo e, embora contrariada, estava tranqüila, aceitara a derrota e seguia para a guilhotina, ainda na esperança, talvez, de ser salva pelo mocinho na hora exata.
- Mas o mocinho não é o João?
- Não, o mocinho ainda não apareceu neste filme.
- O quê?
- O que o que, João?
- Falando sozinha?
- Pode ser.
- Doida.
Chegamos a uma casa velha, um som tocava alto "like a rolling stone...". Ah, não, preciso sair daqui. Não demorou a aparecer na porta o diabo que me arrancou o coração. Seus olhos pareciam dizer que faltava pegar o resto do corpo e eu já estava quase acreditando nisso, quase pronta para a execução, quando João pegou de novo a minha mão e disse:
- Eu sei lá o que é, mas acho que você tem razão. Vamos embora daqui.
- Obrigada, João.
Ele sabia o que era, sim.
mrs. mojo rising
14 de jul. de 2006
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3 comentários:
Nooossa, que louco e que delícia!
:)
Bjs.
PS: Tô esperando sua ligação.
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