2 de jun. de 2007

Loucura

Sob a lua cheia,
depois de tantas horas,
tantos dias,
meses,
anos,
sem razão para um sorriso sincero,
a morte a espreitar por trás dos carros,
as palavras ferindo os rins,
a angústia descendo com o álcool,
saindo com a fumaça,
o giz e
as pílulas azuis,
sob a lua cheia,
sentindo o frio na espinha,
o aperto no estômago,
a solidão nos olhos-que-procuram,
a falta do amor,
tantos anos,
meses,
dias,
horas,
depois de tudo isso,
depois disso e de mais um pouco,
depois da esperança abandonada e
do suicídio iminente,
do fim da poesia,
do senso de humor,
e depois ainda um pouco e
mais um pouco e
mais um pouco,
apareceu, então,
feito mágica,
a cura dos males,
um mundo perfeito,
o paraíso na Terra,
Deus, nas três pessoas,
respondendo preces,
o melhor amigo,
sob a lua cheia,
desce para
cantar cantigas de ninar
e ouvir e
acalmar
os temores de
duzentos anos de ódio,
amores não correspondidos,
crimes sem castigo,
guerras sem paz.


bonnie/ mrs. mojo rising

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