Lula disse, recentemente, que greve no funcionalismo público prejudica a população, não o governo. A declaração me chamou a atenção pela separação entre duas instituições que, teoricamente, analisando-se o discurso dos defensores da democracia representativa, deveriam estar intimamente ligadas.
Ora bolas, o governo governa para quem? Se um é prejudicado, não o deveria ser também o outro? Já está tão descaradamente assumido que o governo não se importa com a população ou trata-se apenas de um ato falho? Como não vi ninguém assustado com a questão, acho que a primeira opção é a mais plausível.
Mas, então, por que as pessoas continuam acreditando nesse sistema de representatividade? Se não acreditam, por que continuam participando dele?
bonnie
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7 comentários:
Acho que é um misto de conservadorismo e egoismo.
Pensa nas pessoas que têm o seu fusca e conseguem ir nos finais de semana pra região dos lagos. Elas olham pra trás, vêem que podiam estar numa situação pior e têm medo de perder alguns "confortos" que conseguiram. Se uma mudança puder representar algum risco de instabilidade dessas "conquistas", as pessoas preferem que nada mude.
Entre o ruim e a possibilidade de algo pior, as pessoas não costumam se arriscar (pelo menos não a maioria), mesmo que seja pra correr o risco de conseguir o melhor.
Sei lá, eu acho... :)
Beijin.
Ai que vontade de outra pizza! Ah, diz pra sua amiga que ela é bem legal, tá? Que eu achei muito gostoso passar aquela tarde com vocês duas, de papo, à toa... Como é bom ficar de bobeira às vezes, né? ;)
Bj
num poema que, infelizmente, não lembro mais qual é, allen ginsberg afirmou que a política transforma o poeta num monstro. que a política o havia transformado num monstro... assim como a maiakovski. não sei exatamente porque escrevi isso. não é uma crítica, mas quando li o título do seu post foi uma lembrança imediata que me veio a cabeça. quis te falar.
talvez porque eu pense, no íntimo, que a poesia é mais importante que tudo. que ela acaba sendo maculada pela política e tudo pertence a essa estranha esfera. talvez porque eu pense que a política, tal como está concebida, nos arrasta num torvelinho e nele nos perdemos.
talvez porque eu sinta na poesia algo de redentor. e que talvez não haja outra maneira de salvar o mundo que não seja a poesia. que não há outra maneira decente de fazer política que não seja o fazer poético.
gosto do que você escreve, sabe? gosto porque me surpreende. e me surpreende que nós, que gostamos tanto de poesia, de literatura, que gostamos tanto de escrever nos encontremos tão pouco nesse território. parece que quando estamos juntos nem lembramos disso.
engraçado, não é mesmo?!
um beijo de carinho
lembrei qual é o poema e te mandei por email.
beijo
Pois é, Fábio, mas aí é foda, né? É cada um pensando no seu e foda-se o resto. Ok, cada um faz o que quiser, mas que não venham encher o saco de quem vota nulo, né?
Também adorei o trio pizza/ papo/ filme. Foi ótimo!!! E ela também gostou. Pena que foi tudo muito comportado... hahahaha
Beijos.
Oi, Toinho, que bom você por aqui. Olha, esse assunto rende... Bem, eu acho que o ser humano faz política desde que nasce. Viver em sociedade é uma atitude política. Até quem se diz apolítico está assumindo uma postura política. Outra coisa é partidarismo, política partidária. Acho que é disso que você está falando, né? Acho que tem gente boa querendo fazer coisas boas por meio da política partidária, mas, sinceramente, para mim é impossível. Dá pra resolver uma coisinha aqui, outra ali, mas tudo muito pequeno, porque o sistema (com o perdão do clichê que esta palavra encerra) está caindo de podre. Nesse sentido, a política pode estragar a poesia, sim.
Porém, acho impossível desatrelar a poesia dessa política mais geral de que falei. Nada do que falamos e escrevemos é neutro!!! Até quando tiramos uma foto, não conseguimos ser neutros!!! A política está em nossa visão de mundo, na relação que estabelecemos com as outras pessoas, no que queremos para nossa vida, o que nos irrita e nos alegra etc. Tudo isso é política!!! Quando digo no título "pausa nas pretensões literárias" é só para deixar claro que estaria escrevendo sobre algo "real", só para não confundir meus parcos leitores, só isso.
Você tem razão: a poesia pode ser redentora. Mas não só a poesia, como a música, as artes visuais, o cinema... As artes em geral. O que seria do ser humano sem essa capacidade criativa? Mas, repito, não se iluda: elas não são neutras.
Quanto ao fato de a gente falar pouco sobre isso quando se encontra... Pô, eu tentei puxar esse assunto da última vez, mas você me deu uma ignorada. :(
Vamos marcar um papo sobre isso!!!
Beijos.
minha bela... quando falo em poesia não é apenas naquela frases encadeadas em estrofes e rimadas, mas na poesia como um todo que manifesta-se através da arte como fazer... seja qual for. e somos animais políticos. certamente é impossível separar as coisas, por isso falo que a única política decente é o fazer poético (incluindo aí, novamente, qualquer arte).
não existe neutralidade na vida... bem o sei. acho mesmo que eu penso assim?!?! nossos gestos são participativos. interferem, transformam... ainda que, às vezes, minimamente.
eu até acho, por exemplo, que o que você escreve de literário nesse blog tem muito mais força política do que esse seu último texto. entende?
sim... é um assunto que rende e vamos acabar brigando. necessariamente, ou não seremos nós!!
:)
é verdade... te dei um ignorada. mas eu não estava num dia bom. não tenho tido dias exatamente bons e vou pedir, humildemente, que você me perdoe. que perdoe meu vago esnobismo. de verdade.
vamos conversar, sim, qualquer dia. estou com saudade de você. recebeu meu email com o poema que te mandei? leu?
beijo
Cara, se a gente não brigar, não tem a menor graça.
Perdoar seu vago esnobismo? Só se você perdoar o meu também. :)
Olha, a minha caixa de emails está tão lotada, por causa de malditas listas em que me meti, que eu não consegui achar seu email!!! Cada dia recebo mais de cem emails, sério. Vou dar uma olhada mais atenta e te respondo.
Beijos.
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